Resolução política aprovada na reunião realizada nesta terça-feira (28) pela Direção Nacional Plena da CTB
1 – A cada novo dia do governo comandado por Jair Bolsonaro, presenciamos o crescimento do número de vítimas da tragédia sanitária e o aprofundamento da crise econômica, política e institucional que perturba o país;
2 – Após o fracasso da empreitada golpista no 7 de setembro ele recuou das ameaças contra o STF. Mas não demorou muito para voltar a exibir seu DNA fascista;
3 – Durante a semana passada, nos EUA, patrocinou espetáculos grotescos, submetendo o Brasil a dias de doloroso vexame internacional. Seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, em 21 de setembro, foi recheado de mentiras. Afirmou que seu governo patrocina um auxílio emergencial de US$ 800,00, valor equivalente a R$ 4,5 mil; que protege o meio ambiente e é amigo dos indígenas; que o Brasil estava às portas do socialismo antes de sua posse. Disse que a economia brasileira vai de vento em popa e atribuiu a governadores e prefeitos a culpa pela carestia, não só no Brasil, como “em todo o mundo”. Fez questão de exibir seu negacionismo e prescrever remédios ineficazes para o tratamento da Covid-19;
4 – As fantasias reacionárias do chefe da extrema direita traduzem uma completa inversão da realidade. No Brasil real, a fome já castiga cerca de 20 milhões e ronda os lares de 117 milhões de brasileiros e brasileiras. A renda média do trabalho é a mais baixa desde 2017 e cerca de 33 milhões de pessoas estão desempregadas, desalentadas ou subempregadas. Nada menos que 2 milhões de famílias (41 milhões de pessoas) foram lançadas à condição de extrema pobreza entre janeiro de 2019 e junho deste ano;
5 – Aos dramas do mercado de trabalho, marcado também pela crescente precarização, aliam-se a carestia, a estagflação, a crise hídrica, a fuga de capitais, a alta do dólar e a tragédia sanitária, com o Brasil hoje se aproximando de 600 mil mortes pela Covid-19 e uma média ainda superior a 500 mortes por dia. Tudo isto é coroado por um assombroso esquema de corrupção descoberto pela CPI da Covid, envolvendo negociações para aquisição das vacinas indianas covaxin e astrazeneca com a intermediação de empresas comandadas por empresários picaretas como a Prevent Senior, a Precisa e o FIB Bank;
6 – Os fatos mostram que a permanência de Bolsonaro na Presidência da República cobra ao povo um preço muito alto e deve ser interrompida para o bem da nação;
7 – Por esta razão, a Direção Nacional da CTB reitera a centralidade da campanha Fora Bolsonaro. Afastar Bolsonaro é, neste momento, o principal objetivo do sindicalismo classista e do povo brasileiro;
8 – A orientação à militância e às direções estaduais é de redobrar os esforços de conscientização e mobilização das trabalhadoras e trabalhadores para a participação nos atos convocados para os dias 2 de outubro e 15 de novembro da campanha Fora Bolsonaro, que ganhou as ruas após as manifestações nacionais realizadas em todo o país desde maio;
9 – Para alcançar esses objetivos, é imperioso ampliar o movimento, incorporando novas forças políticas e concretizando a formação de uma frente ampla na campanha Fora Bolsonaro, à margem e acima das diferenças partidárias e ideológicas;
10 – A Direção Nacional da CTB reitera a proposta de realizar, no curso do próximo ano, uma nova Conclat com o objetivo de fortalecer e ampliar a unidade do movimento sindical, atualizar a agenda da classe trabalhadora aprovada no 2º CONCLAT, realizado em junho de 2010, e elaborar uma plataforma unificada para as eleições de 2022;
11 – Na agenda legislativa são prioridades as lutas contra a PEC 32 (a Reforma Administrativa de Bolsonaro) e os projetos entreguistas de privatização dos Correios e da Eletrobras;
12 – A reunião também foi marcada pela posse da nova direção nacional da CTB, eleita no 5º Congresso, que tem pela frente o desafio de intensificar a luta em defesa da classe trabalhadora e da democracia, barrar o retrocesso e o perigo fascista e criar condições para a retomada de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com democracia, soberania e valorização do trabalho.